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Beneficiamento e pós-colheita do mamão

Antes da classificação, os frutos danificados ou fora do padrão devem ser descartados


O Brasil é o principal produtor mundial de mamão, com 1.890.286 toneladas de frutos em 2008 (IBGE, 2010). A cultura do mamão tem grande importância na economia brasileira, além de alavancar o aspecto social, como gerador de emprego e renda, absorvendo mão de obra durante o ano todo, pela constante necessidade de manejo, tratos culturais, colheita e comercialização, efetuados de maneira contínua nas lavouras.

É a terceira fruta mais consumida no Brasil, sendo o consumo per capita pouco mais de 2 kg anuais, valor considerado ainda baixo por se tratar de uma fruta saborosa, excelente fonte de vitaminas e sais minerais.

O Estado do Espírito Santo, tradicional produtor de mamão, ocupa a segunda posição entre os estados produtores, com área plantada de 7.976 hectares e produção de 630.124 toneladas de frutos em 2008 (IBGE, 2010). Os plantios com cultivares híbridas do grupo "Formosa" ocupam área de aproximadamente 2.800 ha, concentrando-se na Região Norte do Estado principalmente no município de Pinheiros.

Predomina nesses plantios a cultivar híbrida importada de Taiwan "Tainung 01", do Grupo Formosa.  Os frutos do mamão do tipo Formosa, por terem tamanho maior, são muito demandados em hotéis e casas de sucos, além do consumo in natura em famílias maiores.

Pós-colheita - O mamão é bastante sensível a danos mecânicos, mesmo quando ainda verde. Esses danos são originados quando os frutos sofrem quedas ou batidas, quando são amassados, sofrem cortes ou arranhões.

Essa é a principal causa de perdas pós-colheita do mamão, depreciando sua aparência e facilitando a incidência de doenças. Portanto, é necessário realizar a colheita e todos os procedimentos de pós-colheita com cuidados para evitar os danos mecânicos.

Cuidados na lavagem e classificação - Devem-se higienizar os tanques de lavagem antes do recebimento dos frutos. A água deve ser limpa e de boa qualidade, sem oferecer riscos de contaminação do produto. Quando possível, um tanque com circulação forçada de água auxilia na limpeza.

A Embrapa Mandioca e Fruticultura não recomenda a adição de detergente e cloro no mesmo tanque de lavagem, e indica ajustar e monitorar o pH da água do tanque para que o tratamento com cloro seja efetivo.

Antes da classificação, os frutos danificados ou fora do padrão devem ser descartados. Dentre outros requisitos, a classificação deve garantir homogeneidade visual do lote dos frutos e garantir um padrão mínimo de qualidade. Sendo assim, os frutos de um mesmo grupo varietal devem ser separados de acordo com seu peso e coloração da casca, além da presença (menor valor) ou ausência (maior valor) de defeitos.

Pós-colheita de qualidade - Uma pós-colheita de qualidade resulta em frutos de longa vida útil, com coloração uniforme característica, polpa saborosa e aromática, e com o mínimo de defeitos.

Em relação à produtividade e rentabilidade frutos de melhor qualidade têm maior tempo de comercialização, melhor apreciação no mercado e são mais valorizados, melhorando significativamente o retorno financeiro para cada real investido.

Direto ao alvo - Os principais erros dos produtores de mamão são aqueles que geram os danos mecânicos. Os pesquisadores da Embrapa afirmam que eles podem ser evitados com um manuseio cuidadoso dos frutos em todas as etapas da colheita e pós-colheita, incluindo evitar cortes e danos na colheita; não jogar os frutos de qualquer maneira em tanques e outros recipientes; transporte mais vagaroso, observando as condições da via; classificação adequada, facilitando a embalagem sem uso excessivo de força; empilhamento adequado de embalagens para armazenamento e transporte. Dentre outras, há pesquisas em andamento com o inibidor de etileno 1-MCP e com armazenamento em atmosfera controlada, o que vai contribuir para que o mamão tenha mais durabilidade pós-colheita.

 

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