Dentro de alguns dias o primeiro lote de maçãs da safra brasileira 2017, cuja colheita começou nas últimas semanas, partirá para o exterior. O destino desta carga inaugural será os Emirados Árabes Unidos, um dos mercados do Oriente Médio para onde o Brasil exporta a fruta todos os anos.
A região já chegou a responder por 10% do total dos embarques da fruta produzida no País, segundo Moisés Albuquerque, diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM). ?Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuwait e Omã são alguns dos principais destinos entre os árabes?, conta o executivo. A ABPM não faz projeções de embarques por país, mas estima que de 70 a 100 mil toneladas de maçã serão exportadas este ano. Este volume representa a média de envios em um ano de safra boa, algo que o Brasil não tem há pelo menos dois anos. ?Em 2015 e 2016 houve quebra de produção por causa de fatores climáticos?, conta Albuquerque. Segundo o diretor da ABPM, a produção de maçã exige estações do ano bem definidas: frio no inverno, primavera com poucas chuvas e verão chuvoso, mas sem exagero. ?Quando chove pouco, é menos catastrófico. Quando chove muito, é bem ruim?, diz. Como no ano passado o inverno foi bem intenso, a primavera teve pouca umidade e o verão teve chuvas ?na medida?, a expectativa é de uma boa safra neste ano. Albuquerque estima retorno aos níveis históricos, com 1,1 milhão de toneladas de maçãs produzidas. ?Com uma qualidade excelente. O verão teve madrugadas frias, o que ajuda na pigmentação da fruta: teremos maçãs bem vermelhinhas?, conta o executivo. O fato é um alívio para quem passou por dificuldades nos últimos anos. A safra passada, por exemplo, gerou apenas 830 mil toneladas de maçãs, muito por conta de geadas tardias, que impediram o aparecimento da primeira flor ? e geraram frutos de menor calibre. As exportações também sofreram: giraram em torno de 30 mil toneladas, cerca de 20% do recorde de 150 mil toneladas de maçãs exportadas em um mesmo ano. Historicamente a produção nacional de maçãs abastece o mercado doméstico. Segundo Albuquerque, a fruta é uma das mais consumidas pelos brasileiros, só atrás de laranja e banana. As regiões de São Joaquim (SC), Fraiburgo (SC) e Vacaria (RS) sediam 89% das áreas de plantação da fruta ? a porcentagem de fornecimento por tonelada nestas regiões é maior, pois são produzidos frutos mais robustos. A União Europeia é o principal destino dos embarques, embora o país que mais importa maçãs brasileiras esteja na Ásia: Bangladesh foi o principal cliente nos últimos dois anos. Além da maçã natural, o Brasil exporta também o suco da fruta concentrado. Mas, segundo a ABPM, há envios apenas para os Estados Unidos.