Cinco pesquisadores brasileiros e um norte-americano pesquisam essa doença

Comportamento da podridão olho-de-boi em maçãs

Estudo caracteriza os agentes causais da podridão olho-de-boi em maçãs no Brasil


A China é o principal produtor de maçã, sendo responsável por metade da produção mundial (53%). O cultivo de maçã (Malus domestica) foi iniciado no Brasil na década de 70 e ocupa a 7ª posição no ranking mundial, sendo que os principais exportadores de maçã do Brasil são: Bangladesh, Irlanda, Portugal, Reino Unido, França, Rússia, Espanha, Emirados Árabes Unidos, Holanda, Suécia, Arábia Saudita e Índia [1].

Devido às condições climáticas, atualmente a produção está concentrada na Região Sul do país e atinge uma porcentagem de 98,5% da produção nacional. Um entrave é a ocorrência de pragas em campo e as podridões de pós-colheita. Entre essas, durante o armazenamento das frutas a podridão olho-de-boi é uma das doenças que causa maiores perdas.  A podridão olho-de-boi é causada por um complexo de espécies do gênero Neofabraea, variando de acordo com a região produtora. Já foi relatada em pomares de maçãs na Austrália, Brasil, Chile, Estados Unidos, Itália, Polônia e República Tcheca. Normalmente, a infecção ocorre através de feridas na planta e torna-se visível no fruto após alguns meses de armazenamento. Sua dispersão se dá através de águas da chuva e de irrigação.

No Brasil, os agentes causais da podridão olho-de-boi em maçã foram descritos como Neofabraea actinidiae e N. brasiliensis. Cinco pesquisadores brasileiros e um norte-americano se reuniram para caracterizar as espécies levando em consideração o índice de crescimento micelial, produção de enzimas e respostas às concentrações efetivas (EC500 e EC100) dos fungicidas triflumizol, pirimetanil e tiofanato metilo. Analisaram também a severidade em frutos das cultivares Fuji e Pink Lady. brasiliensisapresentou crescimento micelial menor quando comparado com N. actinidiaee não apresentou produção de pectoliase em pH 7. Nenhuma das espécies cresceu a 3 e 32° C e o fungicida aos quais as duas espécies foram mais sensíveis foi o tiofanato de metila. As infecções geradas por N. brasiliensis foram mais severas do que as de N. actinidiae. Outro ponto observado foi que, em geral, os frutos de maçã 'Fuji' são mais suscetíveis à infecção por Neofabraea do que os frutos de 'Pink Lady'.

Medidas simples adotadas durante a colheita, tais como evitar ferimentos às frutas, colaboram para reduzir a incidência desses fungos. Além disso, a higienização das câmaras e a manutenção de condições de armazenamento colaboram para evitar perdas.  *DefesaVegetal.Net

Nota:

[1] MAPA (2017)

Para saber mais:

Bogo et al. (2017)

Foto:

Corey Kooken (xxxx)

 

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