Foram demonstrados resultados e comparações dos novos porta-enxertos da série CG

Divulgação de resultados dos porta-enxertos para macieira da série Geneva

Dia de campo promovido pela Udesc, ocorreu em Vacaria nos pomares da Rasip


O grupo de Fruticultura da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV - UDESC), em conjunto com a Rasip Agropastoril, Agromillora e Proterra promoveram no dia 11 de janeirode 2018, no município de Vacaria-RS, o dia de campo sobre porta-enxertos da série Geneva® para a cultura da macieira no Sul do Brasil.  O evento ocorreu nos pomares da empresa Rasip Agropastoril, sob coordenação do professor Dr. Leo Rufato da UDESC e do doutorando Tiago Afonso de Macedo, que foram acompanhados pelo pesquisador Gennaro Fazzio do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos (USDA), junto a Universidade de Cornell. O objetivo do evento foi a demonstração no campo de resultados da performance de porta-enxertos da série Geneva® para a cultura da macieira na condição Sul brasileira, os quais estão popularmente conhecidos no setor produtivo como porta-enxertos da série CG ou série G.  

A demonstração e difusão de informações técnico/científicas ao setor produtivo da maçã, sobre novos porta-enxertos é de suma importância, pois possibilita sugerir qual ou quais novos porta-enxertos de macieiras podem ser alternativas para os tradicionais M.9, Maruba e Maruba com filtro. O dia de campo levou aos produtores, técnicos e profissionais a visão realista do desempenho no campo dos materiais, muito além da matéria escrita.  A empresa Rasip Agropastoril sempre foi parceira no desenvolvimento dos trabalhos de inovação à campo, e vem fazendo frente para testes de novos porta-enxertos, obtendo resultados positivos quanto ao desempenho da série CG. No evento foram demonstrados resultados e comparações de desempenho dos novos porta-enxertos da série CG com porta-enxertos já conhecidos, onde foi verificado que os mesmos apresentam potencial para aumentar a eficiência econômica e para reduzir custos com mão de obra em manejo, como poda e arqueamento. Isto faz com que o tema porta-enxertos tenha grande importância, em razão de o Brasil apresentar um déficit de porta-enxertos para o cultivo da maçã, o que tem limitado o seu cultivo em determinadas áreas, além disso, o uso de porta-enxertos tradicionais em plantios modernos, demanda maior número de horas de trabalho, aumentando os custos de produção. A série Geneva® de porta-enxertos, contempla de maneira mais efetiva as exigências dos produtores da região Sul do Brasil, pois possui uma ampla gama de vigor de crescimento conferido a cultivar copa, que vai desde o anão aos vigorosos, podendo ser adaptado a diferentes condições de solo e diferentes densidades de plantio, e ainda possui resistência ao pulgão lanígero, à podridão do colo e boa adaptação em áreas de replantio, com precocidade, produtividade e qualidade das frutas equivalentes e/ou superiores às do M.9.

Os novos porta-enxertos da série Geneva® estão sendo testados graças a um acordo firmado em 2015, entre o grupo da Fruticultura do CAV-UDESC e a Universidade de Cornell - EUA, o que permite a importação dos novos materiais desta série, buscando estudar o comportamento dos mesmos na região Sul do Brasil. Apoiando o evento, esteve a empresa Agromillora, que é líder em propagação de plantas e detentora do direito de multiplicação da série G no Brasil. Por isso, nos últimos anos, inúmeros porta-enxertos desta série foram recebidos para multiplicação e testados nas condições locais. A empresa é atuante em todo o mundo e trouxe seus colaboradores internacionais para verificar a alta qualidade dos resultados obtidos nas pesquisas desenvolvidas com a série CG no Brasil, sendo seus representantes no evento: Joan Torrents e Jordi Monez (Ibéria), Serhat Bozer (Turquia), Brahim Oufkir (Marrocos), Alexandre Chichinelli Junior e Carlos Rogério Pirillo (Brasil), além das presenças internacionais dos pesquisadores Luca Lovatti da Itália e Chevalier François Pierre Mathier da França.

No total foram cerca de 40 participantes no evento, dentre fruticultores, acadêmicos de ciências agrárias e profissionais que atuam no setor, tanto da iniciativa pública e privada, que saíram satisfeitos com os resultados que encontraram e repensando os novos plantios de pomares. Todo o envolvimento, financiamento da tecnologia, importação, experimentação, divulgação de resultados foram possíveis pelo envolvimento de inúmeras instituições, cada uma com seu devido mérito, dentre elas a UDESC, Embrapa, Rasip, Agromillora, Proterra, e aos órgãos de fomento à pesquisa como a Capes, Fapesc e CNPq, ficando aqui o agradecimento pelo apoio.

Leo Rufato, Guilherme Fontanella Sander, Francine Regianini Nerbass, Tiago Afonso de Macedo.

 

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