Inovações marcam a realização do Congresso Brasileiro de Fruticultura em Juazeiro
Próximo XXVII CBF em 2021, em Florianópolis
A demonstração do uso de drones para aplicação de película que protege as plantas do estresse provocado pelo sol foi uma das inovações apresentadas durante o XXVI Congresso Brasileiro de Fruticultura, que começou dia 30 de setembro, e acaba 04 de outubro, no Complexo Multieventos da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro (BA). O equipamento em ação foi conferido no terceiro dia do evento (02/10). A película é uma espécie de protetor solar, que faz "baixar a temperatura das folhas e aumentar o conforto térmico da planta", explica o professor Italo Hebert Lucena Cavalcanti, 1° vice-presidente da comissão organizadora do evento.
Na fruticultura tropical, em especial, na praticada nas áreas irrigadas do semiárido, o emprego de insumos que amenizam o estresse vegetal em culturas como manga e uva durante o ciclo produtivo amplia a produtividade dos pomares e melhora a qualidade das safras colhidas, afirma o professor.
Sinergia - Novidades como essa foi a marca da 26a edição do CBF. A presença dos principais especialistas do Brasil e do exterior (África do Sul, EUA, União Europeia, Austrália) durante a programação de conferências, mesas redondas, palestras, minicursos e visitas técnicas dará ao evento uma dinâmica de "arena de debates" com a exposição de um "pool de tecnologias e de informações muito relevantes", revela Cavalcanti. Esta situação põe em evidência um movimento de sinergia entre o setor privado e as instituições de Ciência &Tecnologia, que associa rigor científico e resultados práticos para as cadeias produtivas. Por isso que, o XXVI CBF está resgatando a qualidade de ser um "evento técnico e prático", com os atores que atuam diretamente com a produção e que fazem a cadeira de frutas no país: produtores, empresas privadas, pesquisadores, professores, estudantes, os empreendimentos que comercializam insumos, além do setor público.
O evento expressou "os estudos em execução por pesquisadores, professores e estudantes que vislumbram a aplicabilidade e incorporação de conhecimentos que façam avançar o uso das inovações tecnológicas no campo e ao longo das cadeias produtivas da fruticultura". As instituições de C&T e empresas provadas apresentaram "bastante" tecnologia, básica e aplicada, e que pode ser incorporada aos sistemas produtivos em curto e médio prazo.
Este modo de organização do CBF refletiu na quantidade de profissionais inscritos. "Depois de várias edições, estamos assistindo o retorno do interesse do profissional pelo congresso, o que é muito positivo e não poderia acontecer num lugar melhor do que Petrolina e Juazeiro, uma região onde a técnica aplicada à fruticultura é inegavelmente umas das mais avançadas do mundo", enfatiza Ítalo.
Vínculo - O presidente do XXVI CBF, Paulo Roberto Coelho Lopes, destaca os vínculos constituídos nos estudos científicos com o setor produtivo e a sociedade. Para ele, organizações como a Sociedade Brasileira de Fruticultura, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e Embrapa dão passos importantes para modernizar as técnicas de produção que levem ao uso racional dos insumos e de água para irrigação, desenvolvimento de novas variedades, manejo fitossanitário e pós-colheita.
A fruticultura, praticada em 2,4 milhões de hectares do território brasileiro, emprega diretamente 6 milhões de pessoas ou 27% do total gerado pela produção agrícola nacional. De acordo com Paulo Roberto, esses números refletem a parceria entre os setores público e privado e está indo no caminho de "ampliar a sustentabilidade técnica, social e econômica da fruticultura nacional com impactos na geração de empregos e na elevação da competitividade da agricultura brasileira", completa.
*Marcelino Ribeiro/Embrapa Semi-árido - Outras informações www.fruticultura2019.com.br.