Santa Catarina renova parceria e cooperação com os japoneses de Aomori na produção de maçã
Com neve e temperatura negativa de 3°C, a comitiva de Santa Catarina, liderada pelo governador Raimundo Colombo, foi recebida sob aplausos dos funcionários na sede do governo da Província japonesa de Aomori, na capital A
Com neve e temperatura negativa de 3°C, a comitiva de Santa Catarina, liderada pelo governador Raimundo Colombo, foi recebida sob aplausos dos funcionários na sede do governo da Província japonesa de Aomori, na capital Aomori. A recepção emocionou toda a delegação e foi realizada no hall de entrada do prédio do governo, com a participação de mais de 30 servidores japoneses.
Logo após, a comitiva foi recepcionada pelo governador da Província, Shingo Mimura e assessores do Executivo. Feliz e alegre com a visita, Mimura disse que a grande nevasca do dia era para dar as boas-vindas aos catarinenses. Lembrou da visita que fez à Serra de SC, em 2004, e afirmou ter ficado emocionado com a qualidade das maçãs Fuji naquela região. "Existe um elo entre Aomori e Santa Catarina graças à maçã", destacou, ao convocar seus assessores para demonstrarem uma das danças do Hirosaki Neputa Festival e do Aomori Nebuta Festival, realizados todos os anos no início de agosto.
Raimundo Colombo agradeceu a parceria e cooperação entre os dois Estados, iniciada no governo de Jorge Bornhausen, em 1980. "Com o apoio dos técnicos japoneses, a Serra passou a produzir maçãs com qualidade e, hoje, SC é o maior produtor do Brasil seguido do Rio Grande do Sul", observou, ao lembrar que a safra deste ano será 30% maior do que a colheita de 2016. "Milhares de famílias melhoraram o seu padrão de vida e conseguiram promover o desenvolvimento da região".
Em reconhecimento aos 37 anos da assinatura do convênio firmado em 1980, que estabeleceu o intercâmbio nas áreas culturais, educacionais, econômicas e industriais, Colombo entregou ao governador Shingo Mimura uma Carta de Agradecimento, assinada por ele e pelos secretários da Fazenda, Antonio Gavazzoni e de Assuntos Internacionais, Carlos Adauto Virmond Vieira, e pelo presidente da Federação das Indústrias de SC, Glauco José Côrte.
Um dos trechos do documento destaca: "Desejamos reconhecer as conquistas feitas através desse convênio e incrementar os laços de amizade e cooperação na troca de experiências e informações científicas, tecnológicas, socioambientais, desenvolvimento sustentável, inovação e conhecimentos em geral".
Representando os 40 deputados da Assembleia Legislativa, Gelson Merísio agradeceu a irmandade estabelecida entre Aomori e SC e convidou o governador Shingo Mimura para visirar novamente os pomares de maçã no Estado. O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, agradeceu a recepção e disse que trazia o cumprimento de 52 mil indústrias catarinenses. "Nós nos sentimos aqui como se fosse a nossa casa", afirmou, ao ressaltar a comovida recepção.
O vice-governador de Aomori, Ikuo Sasaki, recebeu a comitiva catarinense para um almoço tradicional japonês, quando destacou as relações de cooperação entre os dois Estados.
No início da tarde, o diretor-geral do Departamento de Agricultura, Floresta e Pesca, Masaharu Tsushima, apresentou dados sobre a produção da Província de Aomori, com destaque para a maçã, que responde por 57,3% da colheita do Japão, alho, bardana, madeira cedro "hiba", lula, linguado, vieiras e a concha "shijimi". Em 2015, a região colheu 470 mil toneladas de maçã, sendo 50% da variedade Fuji. O cultivo da maçã na Província de Aomori começou 141 anos atrás, com as primeiras variedades que vieram dos Estados Unidos. A Fuji foi a que melhor se adaptou ao clima.
No encontro, o governador Colombo mostrou a força da economia catarinense, com destaque para a produção de frangos, suínos, pescados, arroz e maçã. Lembrou que o governo do Estado isentou o setor da maçã de impostos e o BRDE criou linhas de financiamento para a recuperação dos produtores que viveram um período de declínio na atividade entre os anos de 2000 e 2010.
De Aomori, a comitiva catarinense seguiu de ônibus para a cidade de Kuroishi, a cerca de 30 quilômetros da Capital, onde fica o Centro de Pesquisa em Cultura de Macieira, órgão que é referência mundial no setor. Criado em 1931, o Centro conta com quatro divisões: cultivo, desenvolvimento de variedades, estudo de doenças, em razão do excesso de umidade na região, e outras frutas, como cereja e uva.
Foi graças ao trabalho de técnicos do Centro que a produção de maçãs foi desenvolvida na Serra Catarinense a partir da década de 1980. "Esse apoio científico e de pesquisa contribuiu para SC se tornar o maior produtor de maçã do Brasil, principalmente na variedade Fuji", agradeceu Colombo, durante a apresentação dos técnicos japoneses.
Antes de deixar o Centro, o governador Colombo e a comitiva foram até uma macieira que tem 118 anos e ainda produz a fruta de origem norte-americana.
A missão catarinense é composta pelos secretários da Fazenda, Antônio Gavazzoni, de Assuntos Internacionais, Carlos Adauto Virmon Vieira, o diretor de Economia Internacional da SAI, Guilherme Bez Marques, o deputado estadual Gelson Merísio, o presidente da Federação das Indústrias de SC, Glauco José Côrte, o vice-presidente da Fiesc, Gilberto Seleme, o diretor de Desenvolvimento Institucional da Fiesc, Carlos Henrique Ramos Fonseca, a coordenadora do Centro Internacional de Negócios da Fiesc, Tatiana Leal, e o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias da Carne, Ricardo Gouvêa.
*Secretaria de Estado de Comunicação de SC