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Cadeia produtiva da maçã entra em debate na Câmara dos Deputados

Os representantes da ABPM enfatizaram sobre a preocupação em relação à permissão da entrada de maçã da China no Brasil que provocará o colapso da cade


Os representantes da cadeia produtiva da maçã do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina estiveram reunidos na tarde desta terça-feira, na Comissão da Agricultura da Câmara dos Deputados, em Brasília, para debater sobre temas relacionados ao setor. A audiência foi proposta pelos deputados Afonso Hamm e Alceu Moreira.

Os dados sobre o setor foram apresentados pelo presidente da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Pierre Nicolas; diretor-executivo da ABPM, Moisés de Albuquerque. Dados do IBGE apontam que em 2015 o Brasil produziu 1,27 milhão de toneladas de maçã em uma área de 36,3 mil hectares, o que segundo a FAO coloca o País entre os 12 maiores produtores do mundo. O faturamento do segmento da maçã no Brasil, em 2014, foi na ordem de R$ 2,1 bilhões com a comercialização da fruta in natura no mercado interno.

O deputado federal Afonso Hamm destaca a importância do setor da maçã que movimenta a economia nacional, em especial para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O parlamentar, que tem forte atuação no setor da fruticultura, comenta que em agosto esteve reunido com os produtores de maçã que integram à Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (AGAPOMI), presidida por José Maria Reckziegel, que estava presente na audiência.

O encontro contou com a presença de prefeitos, do secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo; representantes do Ministério da Agricultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Embrapa e associações.

Reivindicação - Hamm destaca a pauta de reivindicação do setor: manutenção do Programa de Subvenção ao Seguro Agrícola para atender aos produtores de maçã; aprovação do Plano de Mitigação da Cydia Pomonella, a fim de preservar o status de área livre; andamento do projeto Moscasul; linhas específicas de financiamento para implantação de telas anti-granizo nos pomares de maçã e reconversão de pomares; parcelamento do vencimento dos custeios como já ocorre com outras culturas e manutenção da oferta de linhas especiais de comercialização no segundo semestre do ano. O parlamentar já reivindicou audiência com a Ministra da Agricultura, Katia Abreu, para tratar do assunto.

Os representantes da ABPM enfatizaram sobre a preocupação em relação à permissão da entrada de maçã da China no Brasil que provocará o colapso da cadeia produtiva da maçã, e gerará impacto também sobre outros segmentos que integram a cadeia. No que se refere à subvenção ao prêmio de seguro agrícola, a reivindicação é para que seja aportado o mesmo volume de recursos empenhados pelo MAPA em 2014.

Pierre relata que o setor reivindica a um dos principais temas é sobre a preservação da erradicação da Cydia pomonella (considerada uma das piores pragas da pomicultura), quando o Brasil erradicou oficialmente há mais de um ano. "A maior ameaça de reintrodução da praga é com a importação de frutas reconhecidas como hospedeiras de cydia pomonella, a partir de países com a presença dela, e o fato de o Brasil não impor requisitos fitossanitários tecnicamente suficientes para a proteção da pomicultura do País", observa.

Outro assunto em debate foi sobre Moscasul, que teve convênio firmado com Mapa, com investimento de R$ 128 milhões até 2018 para o Programa Nacional de Combate às Moscas-das-Frutas. A praga, uma das mais relevantes da fruticultura brasileira, causa prejuízo de cerca de US$ 120 milhões ao ano, entre perdas de produção, custos de controle, processamento e comercialização.

Hamm é autor de emenda, no valor de R$ 300 mil, para Embrapa em Vacaria, visando à realização do trabalho de monitoramento desta praga que é muito prejudicial na fruticultura. "Com a continuidade desse programa teremos o controle biológico dessa praga", conclui.

 

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