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Fruticultores querem apoio da Embrapa para ocupar mercado aberto por BRS Mandinho

Para o produtor de Capão Bonito/SP, Ohad Salztein, a atuação conjunta viabilizaria um ingresso mais seguro no nicho aberto pelo produto ofertado por p


A degustação da primeira cultivar nacional de pêssego chato colhida ainda no pé por fruticultores durante o dia de campo realizado pela Embrapa em Atibaia/SP (06/11) para lançar a BRS Mandinho gerou expressões como: "é uma delícia", "você come sem sujar as mãos", "lembra a praticidade da banana", "a coloração é atraente". Da experiência sensorial à realidade do mercado, produtores querem, agora, que a Empresa siga como parceira também na apresentação do fruto ao consumidor final - demanda já prevista pela Instituição.

Para o produtor de Capão Bonito/SP, Ohad Salztein, a atuação conjunta viabilizaria um ingresso mais seguro no nicho aberto pelo produto ofertado por pesquisadores da Empresa. "Temos de combinar com a Embrapa uma estratégia para apresentar o produto diferenciado", defende. Satisfeito com a aceitação de outras cultivares da empresa - BRS Kampai e BRS Rubimel - que já produz em sua propriedade, o fruticultor pretende investir no pêssego chato, mas aponta para necessidades específicas da iniciativa, que entende devam ser vencidas ao lado da detentora da marca da cultivar.

Salztein lembra que as cultivares de pêssego da Embrapa já começam a ser conhecidas pelos atacadistas, que identificam os produtores que as fornecem, "o próximo passo é fazer o mesmo com o consumidor final". Salztein sugere que a Embrapa encabece tarefa de desenvolver selos para os produtos e reunir o conjunto de produtores na definição de estratégias comuns, "para que o produtor possa associar sua marca à da Embrapa, que tem muito prestígio", argumenta.

Na bandeja - "É mais um segmento de mercado que a gente pode ocupar, mas tem de ter venda diferenciada e a Embrapa vai precisar nos ajudar na parte de marketing", concorda o também produtor Ricardo Zillete, de Apiaí/SP. "Vamos vender ele deitadinho ou em pé, como um cookie? A parte da fruta em contato com a bandeja pode sofrer danos no transporte?, pergunta Zillete - como os colegas, descartando a venda do novo pêssego a granel.

A forma de apresentação do fruto nas gôndolas também preocupa o empresário de hortifruti que recebe a produção de SP e atende redes de supermercados de abrangência nacional, Rosindo de Sá Neto, presente ao lançamento. Ele vê potencial na cultivar, e complementa: "agora é só desenvolver uma embalagem adequada". A exemplo dele, o consultor de empresa especializada em fruticultura, Lourenço Nyssen, destaca que a BRS Mandinho "tem tudo para dar certo, sabor doce bastante agradável e bonita coloração", mas a aceitação do produto no mercado nacional exigirá que os consumidores - mirins, em especial -  testem seu formato e provem o seu sabor em ações de degustação a serem incluídas no "trabalho de marketing".

Na Loja - Outro aspecto a sofrer mudanças na etapa da comercialização junto ao consumidor final foi apontado pelo fruticultor Yoshihiro Sakashita (foto), de Angatuba/SP: "tem de vender direto para a loja de fruta", diz. Ele avalia que a cultivar oferece boa perspectiva de mercado por apresentar "sabor bom e semente pequena". Sakashita produz ameixa e atemóia, além de pêssego.

Já a produtora de orgânicos de Nazaré Paulista/SP, Anelice Nunes, destacou como qualidades o sabor da BRS Mandinho e o tempo de quebra de dormência para o cultivo na região. Ela apontou o formato diferenciado como fator positivo, que " agrega valor no mercado", mesmo identificando a necessidade de adoção de outra forma de condução no cultivo, caso planeje adotar o pêssego chato em sua propriedade.

O lançamento da nova cultivar de pêssego teve como público alvo os fruticultores e foi realizado na propriedade de Norival Galo, com a coordenação da Embrapa Produtos e Mercado com a Embrapa Clima Temperado. A equipe tem encontrado no produtor Galo um parceiro constante para a seleção de pessegueiros.

"O que fazemos é para melhorar a condição dos produtores. Não fosse a Embrapa, a gente ficaria limitado a materiais de 30 anos atrás", diz o produtor. O agrônomo da Embrapa Produtos e Mercado, Ciro Scaranari destaca, por outro lado, a necessidade da parceria com o setor produtivo, "algumas coleções não vingam sem o retorno do parceiro", lembra.

A Estratégia de Comercialização - Em antecipação às demandas dos fruticultores pela parceria com a Embrapa na comercialização do pêssego no varejo, a equipe de mercado da Empresa já trabalhou na estratégia comercial para suporte aos produtores na etapa de apresentação do produto ao consumidor final. Segundo Scaranari, a Empresa vem atuando junto aos produtores na definição de questões de padronização e qualidade dos frutos  nas gôndolas de comercialização, especialmente no que se refere ao peso, ao número de frutos por bandeja, bem como a forma de acomodação espacial dos pêssegos nas embalagens, devendo ser identificada a marca da genética Embrapa na cultivar lançada.

"O projeto de apresentação do produto contempla, além da definição da embalagem padrão, as inserções da marca Embrapa e da cultivar, uma tendência que deve ser seguida para outras cultivares de fruteiras a serem lançadas pela Empresa", afirma. Outros estudos estão sendo feitos para que a Embrapa tenha seus produtos identificados também nas gôndolas de redes de supermercados, adianta o agrônomo. 

A equipe de mercado da Embrapa Produtos e Mercado segue as tendências comerciais e quer, cada vez mais, que seus públicos identifiquem e atestem a qualidade dos produtos tecnologias nacionais aportadas pela Embrapa e que se destinam diretamente ao consumo in natura.

O dia de campo de lançamento da BRS Mandinho  contou com a presença de 95 produtores, consultores e atacadistas, entre outros. A chefia geral da Embrapa Clima Temperado esteve representada pelo pesquisador Sandro Bonow, ao lado da pesquisadora Maria do Carmo Bassols Raseira e do pesquisador Rodrigo Cezar Franzon, da equipe de melhoramento que atuou no desenvolvimento da cultivar e durante o dia de campo prestaram esclarecimentos técnicos. Para Bonow, a BRS Mandinho, por suas características de formato, representa a abertura de um novo nicho de mercado a ser explorado.

Os frutos da BRS Mandinho deverão chegar aos supermercados em dois anos e os produtores interessados em mudas devem entrar em contato com um dos licenciados da Embrapa:

 Claudiomar Fischer - Est da Colonia Ramos, s nº, 3º Distrito, 96060-000 Pelotas/RS

Fone: (53) 3277-7035 [email protected]  

Clone Viveiros e Fruticultura LTDA - Est Guajuvira-Campestre s nº, 83725-000 Araucária/PR

Fone: 41 3253-2940 [email protected]  

 DSMM/ CATI - Núcleo de Mudas de Itaberá Rod Eduardo Saigh, km 109, 18440-000  Itaberá/SP

Fone: (15) 3562-1642 [email protected] 

Fernando de Amorim Mascaro - Sitio Primavera, Rod Raposo Tavares, km 256, Campos de Holambra, 18725-000 Paranapanema/SP - Fone: (14) 3769-1235  [email protected]  

Iassuo Kagi - Sitio Irmãos Kagi, Est Daniel Silveira s mº, CP 148, 12940-970 Atibaia/SP

Fone: (11) 4418-4851 [email protected] 

Itamar Pontel - Av Santa Catarina, nº415, 89580-000 Fraiburgo/SC - Fone: (49) 8402-7322 [email protected]  

Jan Eduard de Quay e Outros - Rod. Raposo Tavares, km256, CP378, 18725-000 Paranapanema/SP

Fone: (14) 3769-1448 [email protected] 

Waldir Parise e Outros - Sitio Sto Antonio, Pinhalzinho, 13240-000 Jarinu/SP -  Fone: (11) 4016-4382 [email protected]

* Jornalista Valéria Costa - Escritório de Campinas - Embrapa Produtos e Mercado

Contato: [email protected] e [email protected]

 

 

 

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