Gotejo dobra a produtividade do tomate

O sistema de irrigação por gotejamento pode dobrar a produtividade das frutas, legumes e verduras

05/09/2015 00:00
Gotejo dobra a produtividade do tomate
O sistema de irrigação por gotejamento pode dobrar a produtividade das frutas, legumes e verduras.
O tomate, por exemplo, alcança até 150 toneladas por hectare, o que significa 100% a mais do que a média nacional, e um aumento de 22%, comparado com os resultados da irrigação por pivô central. No caso dessa hortaliça, a economia de água resultante do sistema de gotejamento chega a 30%.A eficiência no uso da água (kg tomate/m3 de água evapotranspirada) pode aumentar em torno de 50 a 60%. Isso porque o sistema de irrigação por gotejamento fornece água e nutrientes, por meio da fertirrigação, em quantidade e na hora certa e, assim, contribui para produzir mais com menos recursos. Existem diversas vantagens do uso do gotejamento nesta cultura, dentre as quais se destacam: Diminuição na quantidade de água requerida pelo sistema de irrigação, devido à alta eficiência de aplicação deste método, uma vez que as perdas por evaporação são minimizadas; Menor incidência de doenças fúngicas e bacterianas, pois a folhagem da planta não molha. Produtividade - A irrigação por gotejo contribui para aumento da produtividade a partir da diminuição da incidência de doenças, principalmente fazendo com que a planta transpire mais ao longo do ciclo de produção, pois a irrigação de alta frequência deixa a água no solo mais prontamente disponível para as plantas. O ganho de produtividade dependerá muito da habilidade do agricultor em se adaptar a esta nova tecnologia. Um ganho mínimo de 30% é normalmente observado nas primeiras produções irrigadas por gotejamento, porém, temos acompanhado produtores tradicionais que, após três a quatro anos, conseguem um aumento de até 100% na produtividade, chegando a valores entre 140 ? 150 ton/ha. O gotejamento também contribui para a redução de defensivos, evitando o molhamento das folhas e o tráfego de máquinas de pulverização, que em geral ocasionam pequenos danos às plantas, que são entrada para microrganismos patogênicos. Novidades - Existem duas novas tecnologias em sistemas de irrigação que são promissoras para a cultura do tomate, mas ainda não disponíveis no Brasil: Ø PMDI: fusão do sistema pivô central com o sistema por gotejamento ? PMDI (Precision Mobile DripIrrigation). O pivô central se move arrastando sobre o terreno mangueiras de gotejamento na área. ØRDI(Root DemandIrrigation) ? irrigação por demanda radicular. O sistema baseia-se em um tubo poroso enterrado no solo que exuda água ao sistema radicular à medida que a planta necessita (liberação de compostos bioquímicos sob condição de estresse hídrico ? altera a permeabilidade do tubo poroso, liberando água para as plantas). Curso de aprendizagem - Existe em Piracicaba (SP) um curso de dois dias que ensina como manejar a irrigação e a fertirrigação em sistemas de irrigação por gotejamento, de modo que o período de adaptação do produtor irrigante a esta nova tecnologia seja reduzido e os riscos minimizados (contato: watercon@terra.com.br). 
* Rubens Duarte Coelho - PhD.em Engenharia Hidráulica e professor da ESALQ ? USP

 

 




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