O preço mínimo da uva para a safra 2014-2014 deverá ser de R$ 0,70 ao quilo para a variedade Isabel de 15 graus Babo. A definição do Conselho Monetário Nacional (CMN) será publicada no início da semana no Diário Oficial da União, após pedido de reajuste de 11% encaminhado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) junto ao Governo Federal. Na última safra, o valor pago para a mesma variedade de referência foi de R$ 0,63. O coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, comemora o percentual de aumento - cerca do dobro da inflação no mesmo período -, e projeta novos desafios para os viticultores. "Foi um grande avanço. O produtor necessitava desse estímulo às vésperas da safra. Agora temos que fazer com que a matéria-prima que vamos entregar tenha cada vez mais qualidade", propôs. Para a indústria, que nas reuniões realizadas com os produtores, cooperativas, sindicatos e outras entidades, sob a coordenação do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), ofereceu R$ 0,67 de reajuste, o índice definido pelo governo deve ser absorvido pelas empresas com algumas dificuldades. "Ficou um pouco acima do que esperávamos. Em 2015, teremos outros aumentos, como as garrafas que devem ficar 7,8% mais caras. Mas reconhecemos que é um valor muito bom para os produtores e eles são parte muito importante da cadeia produtiva", ponderou o presidente da Associação Gaúcha d e Vinicultores (Agavi), Rogério Beltrame. Num dos elos do setor onde tem mais impacto a definição do preço mínimo por conta do acesso a financiamento e outras políticas públicas do governo, as cooperativas, o valor a ser pago pela uva foi considerado acima da expectativa. O diretor executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do RS (Fecovinho), Hélio Marchioro, reiterou que a negociação com os produtores sempre é realizada de uma forma que atenda aos interesses de todos. Nos meses que antecederam a definição do preço mínimo pelo Governo Federal, as entidades setoriais realizaram encontros para chegar a um consenso sobre o valor a ser pago. Na negociação, as indústrias propuseram o pagamento de R$ 0,67 - com a reposição da inflação do período - e os produtores R$ 0,73, ou seja, abaixo do custo de produção, estimado em 0,76. Como não ocorreu o acordo, coube à Conab estabelecer o reajuste no período previsto em lei (até o final do mês de n ovembro, antes do início da colheita nas principais regiões produtoras). Mais www.ibravin.org.br |