A poda seca é uma das práticas mais importantes no cultivo da videira. O objetivo é proporcionar um equilíbrio entre a produção e o vigor da planta, visando cachos maiores e com mais qualidade. Essa poda deve ser realizada quando a videira está dormente, ou seja, a partir da queda das folhas até o início da brotação. Normalmente, no Rio Grande do Sul, a poda é feita entre julho e agosto, na época fria, variando a época de acordo com a topografia, microclima, variedade e disponibilidade de mão de obra.

Aliás, a mão de obra tem sido, nos últimos anos, um fator determinante para realização da poda nos parreirais. E, justamente para solucionar esse problema, cada vez mais viticultores tem adotado a prática da poda antecipada da videira.

A poda antecipada consiste em realizar a operação de poda entre abril e maio, quando as videiras ainda estão perdendo as folhas, em senescência, exatamente da mesma forma que se realiza na época mais fria, entre julho e agosto, com a planta seca.

A grande vantagem que tem motivado a adoção dessa prática é o ganho de tempo e diluição da mão de obra para a poda. Considerando que a viticultura é uma atividade predominantemente da agricultura familiar, a mão de obra da família tem uma janela maior para realização da poda, iniciando já no outono e retomando entre julho e agosto. O interessante é que a poda realizada no outono não antecipa a brotação, pelo simples fato de o corte cicatrizar durante o estado de dormência.

Vale lembrar ainda que o que mais vai influenciar o potencial de produção na safra é o ciclo anterior e as condições climáticas da safra e, não a data de realização da poda. Alguns poucos estudos realizados ainda tem demonstrado que, certas variedades, quando podadas no outono, ainda mudam o seu comportamento e apresentam a brotação mais uniforme. Em regiões expostas à geadas tardias ou invernos com ondas de calor, as podas mais tardias são mais recomendadas, especialmente para as cultivares precoces como a Chardonnay e a Concord.

Na escassez de estudos, o recomendado é cautela. O ideal é que cada viticultor teste a poda antecipada em seus vinhedos antes de adotar de vez a prática, separando algumas fileiras ou plantas para avaliar se é viável ou não realizar a poda antecipadamente. * Leandro Ebert - Engenheiro Agrônomo - Mais http://portalvitivinicultura.blogspot.com.br/