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Produtor inova venda de uva com sistema colha e pague

Na propriedade de Albino Corazza Neto na beira do Rio Toledo na Linha Sperafico, por exemplo, a maior parte da venda está ocorrendo pelo sistema colha


A época de farta oferta de uva foi antecipada este ano. Enquanto ano passado a produção se intensificou depois da segunda quinzena de dezembro, desta vez as frutas já estão amadurecendo desde o final do mês passado. As parreiras cheias e coloridas são um atrativo para os olhos e paladar. Porém, a produtividade este ano reduziu e alguns produtores adotaram medidas para agregar valor ao produto.

Na propriedade de Albino Corazza Neto na beira do Rio Toledo na Linha Sperafico, por exemplo, a maior parte da venda está ocorrendo pelo sistema colha e pague. "Funciona basicamente assim: a pessoa vem, escolhe no pé os cachos que quer, colhe, pesa, paga e leva", detalha o produtor. Ele cita que é uma oportunidade de aproximar o consumidor da produção.

Corazza comenta que percebeu que muitas pessoas nunca conheceram um parreiral de uvas e viu na colheita uma chance de apresentar esta beleza a seus clientes. "E virou um programa de família, muita gente vem, se encanta e faz disso uma diversão", relata ao indicar que estão sendo oferecidas duas variedades da fruta, a Niágara e a Isabel.

As vantagens deste tipo de venda atingem os consumidores e o produtor. "O cliente tem a chance de colher o que quer, escolher uma fruta direto do pé, de qualidade, muito fresca. Se ele compra no mercado estará optando por uma uva que foi colhida muito antes", detalha. Já para quem produz os benefícios também são grandes, porque diminui a mão de obra, evita atravessadores e agrega valor. O quilo da uva Niágara está sendo vendido a R$ 4,00 e da Isabel a R$ 3,00.

Porém, o produtor alerta que quem desejar fazer a colheita para a compra deve se antecipar porque este ano a produção será menor, tanto em volume como em período. "Devido ao clima, como não teve geadas e a temperatura foi maior, a poda ocorreu mais rápido e o amadurecimento foi antes também. Anos anteriores tínhamos uvas até o final de janeiro e desta vez será apenas até o final de dezembro", informa.

Produtividade - Mas, se por um lado, a uva amadureceu mais cedo, do outra produtividade foi menor. "A carga diminuiu bastantes, uns 30% da Niágara e até uns 50% da Isabel", pontua ao justificar com dois fatores, a aplicação do agrotóxico e o excesso de chuva no momento da floração.

O produtor plantou este ano 2,5 hectares de uva, a maior parte com essas duas variedades para a mesa, mas também reservou uma área para a Vênus e a Bordô. "Embora a Bordô e a Isabel sejam boas para produção de vinho, desta vez, devido á baixa produtividade vamos apostar mais na venda para a mesa mesmo, porque o retorno é mais imediato", indica.

Mas, mesmo com as alternativas para tentar aumentar a rentabilidade, os lucros este ano serão menores. Corazza afirma que a diminuição no volume, com a manutenção do preço de custo, de cerca de 40% do valor do produto, irá certamente trazer impactos. "Porque produziu muito pouco. Já teve anos que tiramos de 15 a 20 toneladas por hectare e este ano estamos prevendo 13 mil quilos em toda a área", finaliza. * Jornal Gazeta do Oeste - Toledo/PR

 

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