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Temperatura monitorada em parreirais no Vale dos Vinhedos

Embrapa participa de Cooperação Internacional em projeto Europeu, com Universidade de Rennes e CNRS, para caracterizar o clima vitícola na Serra Gaúch


Onze parreirais da cultivar Chardonnay utilizados para elaboração de espumantes, localizados na região delimitada da Denominação de Origem (DO) Vale dos Vinhedos, estão tendo suas temperaturas mínima e máxima registradas de hora em hora, 24 horas por dia. A pesquisa iniciou neste mês de janeiro e deverá ser desenvolvida por uma série de anos.

A ação integra o Projeto internacional ADICLIM, integrante do Programa Life Europeu, e irá caracterizar o clima em escala local, visando subsidiar a gestão vitícola no contexto das mudanças climáticas.

O Projeto ADICLIM, coordenado internacionalmente pelo pesquisador Hervé Quénol, da Universidade de Rennes 2 (França), criou uma rede de monitoramento do clima em 14 países produtores de vinho, incluindo países da Europa e em alguns outros convidados a integrar o projeto, incluindo o Brasil. A rede é operacionalizada utilizando sensores térmicos localizados nos vinhedos, integrados a estações meteorológicas. O objetivo é formar uma base de dados, em nível mundial, para conhecer o regime térmico dos vinhedos visando entender as relações entre o clima, na escala de terroir, sua evolução e o potencial vitícola das regiões produtoras.

No Brasil, a participação no projeto está sendo coordenada por Jorge Tonietto, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho com grande experiência e conhecimento sobre zoneamento e clima vitícola. Segundo Tonietto, o trabalho focou numa região de referência - o Vale dos Vinhedos e num dos produtos ícones do Brasil - o espumante fino. Os sensores térmicos foram instalados em vinhedos conduzidos em espaldeira, escolhidos em função da topografia da região, incluindo altitude e as exposições, de forma a cobrir a maior variabilidade da região. "Pudemos contar com estudos realizados em bases de dados georreferenciadas com alto grau de detalhe realizadas em meio digital", comenta Tonietto. Na Serra Gaúcha, o trabalho é complementado por sensores instalados nas indicações geográficas de vinhos dos Altos Montes, Monte Belo e Pinto Bandeira.

Os dados serão coletados e armazenados numa base de dados comum. Depois serão avaliados para prospectar como as mudanças climáticas estarão influenciando o potencial da viticultura e dos vinhos da região."Esses dados serão fundamentais para que, com o uso de sistemas de informação e modelagem climática fina, possamos antever a sua evolução do clima e entender os impactos futuros que irão gerar. Com isso poderemos melhor gerir a produção vitivinícola para seguir aprimorando a qualidade dos vinhos brasileiros", avalia Tonietto.

O projeto está sendo desenvolvido com o apoio da Aprovale e produtores vitícolas, com a equipe da Embrapa Uva e Vinho formada pela pesquisadora de agrometeorologia Maria Emília Borges Alves e pelos técnicos Adriel Marconatto e Alexandre Mussnich. 

* Viviane Zanella - Supervisora - Núcleo de Comunicação Organizacional - Embrapa Uva e Vinho
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - Bento Gonçalves/RS
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