Esses resultados são frutos de pesquisas do Fundecitrus que avaliaram a influência desse tipo de defensivo no comportamento de psilídeo, coordenadas pelo pesquisador Marcelo Pedreira de Miranda.
As análises foram feitas com o uso do EPG (electrical penetration graph), aparelho que monitora eletronicamente as atividades alimentares de psilídeo em tempo real. Dias após a aplicação do inseticida sistêmico, as mudas eram levadas para o laboratório do Fundecitrus para serem avaliadas no aparelho. Os resultados das análises mostraram que nas plantas tratadas com inseticidas neonicotinoides, a alimentação de psilídeo foi 90% menor do que nas sem controle. O que também acarretou em uma queda de até 90% na transmissão da doença.
"A mudança no hábito alimentar ocorre porque ao sugar a seiva da planta tratada, o psilídeo percebe a diferença e interrompe a alimentação o que colabora com a queda da transmissão da bactéria, já que é durante esse processo que ela ocorre", afirma Miranda.
Para validar esses resultados no campo, está sendo desenvolvida outra pesquisa que avalia a influência das aplicações de sistêmicos no controle do inseto. Os dados iniciais apontam uma redução de até 60% na incidência de plantas com HLB nas áreas tratadas com sistêmico em conjunto com pulverizações foliares, em comparação com as que receberam apenas aplicações foliares. "A diferença entre a redução da inoculação da bactéria nas plantas em estufa e no campo ocorre devido à menor exposição das mudas ao inseto e também a maior concentração de defensivos no seu interior, quando comparado com as árvores no pomar", diz o pesquisador.
Miranda explica que o inseticida sistêmico tem efeitos positivos devido à ação no interior da planta, já que com as aplicações via drench é absorvido pela raiz e nas feitas no tronco penetra diretamente nesta parte da planta e, em ambos casos, se espalham por toda árvore. "Diferentemente das pulverizações comuns, as aplicações via drench e tronco sofrem menor influência de fatores externos como chuva e sol, que reduzem o contato do defensivo com o inseto. Além disso, protegem mais as brotações, pois quando o inseticida penetra na planta atinge principalmente essas partes, que são as preferidas pelo psilídeo para alimentação", diz Miranda. * Fundecitrus
A matéria completa está disponível na edição 35 da Revista Citricultor