O Estado catarinense possui 6,5% dos pomares de maçãs com ocorrência da doença

SC quer erradicar cancro europeu dos pomares de maçã

SC quer erradicar cancro europeu dos pomares de maçã


Um arrojado plano de ações destinadas a erradicação do cancro europeu dos pomares de maçã do território barriga-verde será lançado no próximo dia 14 de junho, em São Joaquim, unindo esforços e recursos da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (CIDASC), da Associação dos Produtores de Maçã e Pera de SC (AMAP) e de milhares de produtores rurais. O ato de lançamento está programado para as 9 horas da manhã na sede do Sindicato Rural.

Santa Catarina é o maior produtor do Brasil. Por isso, a ameaça dessa nova doença, ainda sem cura e capaz de destruir pomares, é uma grande preocupação para os produtores e as entidades do agronegócio, de acordo com o vice-presidente da FAESC, Antônio Marcos Pagani de Souza.

O Estado catarinense possui 6,5% dos pomares de maçãs com ocorrência da doença, índice considerado baixo. Entretanto a crescente detecção de pomares com a praga (mais de 2% nos últimos dois anos) revela a necessidade de manutenção da vigilância e adoção de normas rígidas de controle e a implantação de um programa catarinense de prevenção e erradicação do cancro europeu das pomáceas.

Em território catarinense, 3.017 produtores dedicam-se ao cultivo da maçã. Isso representa 41% da produção da fruticultura barriga-verde e 51% do valor bruto de produção (VBP) estadual do setor frutícola. O Estado participa com mais de 50% da produção brasileira e 48% da área em produção dessa cultura no Brasil. Dois terços dos produtores nacionais cultivam a fruta em Santa Catarina, o maior estado produtor da fruta, com 610.000 toneladas/ano produzidas. São cultivados 16.500 hectares de macieiras. Os principais centros produtivos: São Joaquim, Fraiburgo, Bom Retiro, Monte Carlo, Lebon Régis, Bom Jardim da Serra e Urupema.

O engenheiro agronômo Ricardo Miotto Ternus, gestor estadual de Defesa Sanitária Vegetal da CIDASC, explica que o cancro europeu das pomáceas, causado pelo fungoNeonectria ditissima (sin. Neonectria galligena) é uma doença que afeta as partes lenhosas das plantas. A principal característica da doença é a formação dos cancros que prejudicam a translocação de seiva e o crescimento vegetativo. A praga é considerada quarentenária presente no Brasil, tendo critérios e procedimentos para sua contenção estabelecidos pelo Ministério da Agricultura.

Acompnhamanento  - Em serviço de monitoramento à campo, a CIDASC constatou que, na safra 2015/2016, 42 novos pomares estavam infestados com a doença em Santa Catarina, totalizando, 117 pomares com ocorrência da doença em 10 municípios catarinenses. A infestação ocorreu, provavelmente, pelo trânsito de mudas contaminadas oriundas de outros países.

Ternus avalia que a erradicação é uma tarefa árdua, principalmente pelo nível de incidência e pela dificuldade de identificação de todos os focos, porém, "se não for implementada, a médio e longo prazo irá inviabilizar o cultivo de maçãs nas pequenas propriedades da serra catarinense, não restando outra alternativa de renda a estes agricultores".

O esforço de erradicação será intensificado - no período de junho a agosto - com reuniões para conscientizar os agricultores sobre os riscos da doença e sobre a importância da  eliminação das plantas com sintomas. A meta é levar informação técnica para mais de 2000 fruticultores da região serrana.

Participarão dessa atividade os profissionais da CIDASC, EPAGRI, Secretarias de Agricultura dos municípios, FAESC, Associações de engenheiros agrônomos e de técnicos agrícolas, Associação de produtores e os próprios agricultores. A CIDASC dará suporte técnico para a condução das reuniões, a FAESC suporte logístico e alimentação aos participantes e os produtores de maçã terão participação ativa para defender seus interesses sabendo da importância do seu papel ativo dentro do sistema de defesa sanitária vegetal.

 

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