Todas as semanas um contêiner cheio de frutas brasileiras embarca em um avião rumo a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Dentro do recipiente, junto a limões, mangas e outras frutas compradas pela importadora responsável pelo embarque, acompanham três paletes de mamão, das espécies papaia e formosa, produzidos pela Interfruit Alimentos.
A rotina já dura três anos, segundo o responsável pela área comercial da empresa, Fábio de Oliveira Gomes. ?Atendemos a rede de supermercados Spinneys, mas a exportação é feita por uma trading porque eles consolidam mais de um produto no mesmo envio, viabilizando a importação pelo supermercado?, explica.
Apesar de pouco representativo, os envios semanais a Dubai são considerados importantes pelo executivo, que almeja ampliar participação naquele mercado. A tarefa não é das mais fáceis, uma vez que as frutas importadas do sudeste asiático são mais competitivas, mais próximas e conseguem oferecer preços mais baixos na região.
A rede Spinneys de acordo com Gomes, oferece aos habitantes da parte mais elitizada de Dubai uma gama maior de produtos, abrindo espaço aos mamões brasileiros, que têm cores, formas e gosto superiores aos importados da Ásia. ?Nossa intenção é entregar mais, mas por enquanto o supermercado não demonstrou interesse em aumentar os volumes?, diz. Ele sente, porém, aumento do interesse por frutas produzidas em solo brasileiro, como limão, manga e figo. O frete aéreo, porém, é um fator limitador pelo custo ? segundo Gomes, o Brasil é o único país que envia mamões em aviões. ?É bem diferente de exportar o mamão verde por navio, que até chegar lá já perdeu parte do sabor?, afirma. A Interfruit Alimentos exporta, principalmente, para a Europa e outros países da América. Fundada em 1996, em Linhares (ES), vende todos os meses mais de 300 toneladas de papaia de alta qualidade, sendo que metade, em média, é exportada.
Ganhar novos mercados no Oriente Médio faz parte dos planos da empresa. No ano passado, chegou a exportar por um tempo para o Kuwait, por intermédio de uma importadora da Espanha. O negócio, porém, não vingou: ?É um mercado difícil. Para dar certo, tem que ter um parceiro que aposte no produto?, conclui, acrescentando que, caso exista aumento na demanda, a empresa tem capacidade de atender. *Ana Cristina Dib/Comex