Tomato ringspot virus
Série especial das pragas agrícolas mais importantes que ainda não chegaram ao país
O Tomato ringspot virus (ToRSV) ataca plantas como uva, maçã, pêssego, framboesa, morango, amora, plantas lenhosas e ornamentais, dentre outras, além do principal hospedeiro, o tomateiro. Está presente em vários países da Europa, América do Norte, América Central, América do Sul, Ásia e Oceania.
O vírus é transmitido por adultos e imaturos de nematoides do complexo Xiphinema americanum sensu lato, composto por mais de 20 espécies, das quais 7 são apontadas como vetores, dentre elas Xiphinema americanum e Xiphinema rivesi.
As dispersões em longas distâncias podem ocorrem através de plantas e sementes infectadas ou solo com a presença do vetor. Os sintomas podem ser anelamento do tronco, clorose nas folhas, frutos de cor intensa e tamanho pequeno e manchas necróticas. Porém, estas observações não são suficientes para comprovar a infecção pelo vírus, sendo necessário fazer testes sorológicos.
O ToRSV reduz a qualidade dos frutos, provocando danos intensos, em três anos de infecção em framboesas, as perdas podem chegar a 80%, devido à morte dos galhos. No Brasil, há regiões de cultivos de diversos dos hospedeiros deste vírus, e, por isso, o país estabelece normas para a importação de produtos que podem conter o ToRSV, garantindo a segurança e impedindo a entrada.
Nessas normas, as sementes, mudas, bulbos, etc precisam ser produzidos em locais livres do vírus, como é exigido, por exemplo, para sementes de tomate e partes de lírio vindas do Chile, mudas e bacelos de uva da França, dentre outros. Recentemente, o Brasil incorporou as normas estabelecidas no Mercosul para a nossa legislação, estas normas incluíam observações quanto à presença do ToRSV em sementes de soja da Venezuela.
Uma vez que o vírus se estabelece na lavoura, o controle é muito difícil, por isso, a principal ação de controle é a utilização de sementes livres do vírus, e porta-enxertos tolerantes. O manejo da área plantada não deve ser deixado de lado, pois a praga pode se desenvolver em plantas invasoras e comprometer a produção.
A detecção precoce é fundamental para que as pragas não se estabeleçam. Portanto, ao encontrar plantas sintomáticas na lavoura, um laboratório de diagnóstico fitossanitário deve ser consultado.
Notas:
- IN 4 de 10/01/2001 - Sementes de tomate, Lotus corniculatus e Trifolium dos Estados Unidos;
- Portaria 58 de 09/04/2007 - Sementes de tomate do Chile;
- IN 30 de 28/09/2009 - Mudas de mirtilo dos Estados Unidos;
- IN 8 de 05/06/2015 - Mudas e bacelos de videira da França;
- IN 29 de 04/08/2017 - Bulbos e mudas de lírio do Chile;
- IN 31 de 23/08/2017 - Sementes de soja da Venezuela.