As regiões de São Joaquim (SC), Fraiburgo (SC) e Vacaria (RS) sediam 89% das áreas de plantação da fruta

Emirados receberão primeiro lote da safra 2017 de maçã

Exportações da atual safra de maçã começarão pelo país árabe. Expectativa da Associação Brasileira de Produtores de Maçã é exportar de 70 a 100 mil toneladas em 2017


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Dentro de alguns dias o primeiro lote de maçãs da safra brasileira 2017, cuja colheita começou nas últimas semanas, partirá para o exterior. O destino desta carga inaugural será os Emirados Árabes Unidos, um dos mercados do Oriente Médio para onde o Brasil exporta a fruta todos os anos.

A região já chegou a responder por 10% do total dos embarques da fruta produzida no País, segundo Moisés Albuquerque, diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM). ?Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuwait e Omã são alguns dos principais destinos entre os árabes?, conta o executivo.
A ABPM não faz projeções de embarques por país, mas estima que de 70 a 100 mil toneladas de maçã serão exportadas este ano. Este volume representa a média de envios em um ano de safra boa, algo que o Brasil não tem há pelo menos dois anos.
?Em 2015 e 2016 houve quebra de produção por causa de fatores climáticos?, conta Albuquerque. Segundo o diretor da ABPM, a produção de maçã exige estações do ano bem definidas: frio no inverno, primavera com poucas chuvas e verão chuvoso, mas sem exagero. ?Quando chove pouco, é menos catastrófico. Quando chove muito, é bem ruim?, diz.
Como no ano passado o inverno foi bem intenso, a primavera teve pouca umidade e o verão teve chuvas ?na medida?, a expectativa é de uma boa safra neste ano. Albuquerque estima retorno aos níveis históricos, com 1,1 milhão de toneladas de maçãs produzidas. ?Com uma qualidade excelente. O verão teve madrugadas frias, o que ajuda na pigmentação da fruta: teremos maçãs bem vermelhinhas?, conta o executivo.
O fato é um alívio para quem passou por dificuldades nos últimos anos. A safra passada, por exemplo, gerou apenas 830 mil toneladas de maçãs, muito por conta de geadas tardias, que impediram o aparecimento da primeira flor ? e geraram frutos de menor calibre. As exportações também sofreram: giraram em torno de 30 mil toneladas, cerca de 20% do recorde de 150 mil toneladas de maçãs exportadas em um mesmo ano.
Historicamente a produção nacional de maçãs abastece o mercado doméstico. Segundo Albuquerque, a fruta é uma das mais consumidas pelos brasileiros, só atrás de laranja e banana. As regiões de São Joaquim (SC), Fraiburgo (SC) e Vacaria (RS) sediam 89% das áreas de plantação da fruta ? a porcentagem de fornecimento por tonelada nestas regiões é maior, pois são produzidos frutos mais robustos.
A União Europeia é o principal destino dos embarques, embora o país que mais importa maçãs brasileiras esteja na Ásia: Bangladesh foi o principal cliente nos últimos dois anos. Além da maçã natural, o Brasil exporta também o suco da fruta concentrado. Mas, segundo a ABPM, há envios apenas para os Estados Unidos.

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