Outra preocupação foi descobrir a temperatura adequada de acordo com o tamanho do fruto

Tecnologia permite exportar manga para a África

A técnica de tratamento hidrotérmico está sendo desenvolvida no País desde a década de 1990


Uma tecnologia de tratamento hidrotérmico de frutas, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), permitiu que o Brasil exportasse 25 toneladas de manga para a África do Sul após cinco anos de negociação. De acordo com a Embrapa, a nova tecnologia se tornou necessária depois que muitos países começaram a recusar o recebimento de frutas que tinham passado pelo controle químico da mosca-da-fruta (Ceratitis capitata), que é a maior praga da cultura. 

A técnica de tratamento hidrotérmico está sendo desenvolvida no País desde a década de 1990 e é inspirada em métodos utilizados em outros lugares do mundo, como o México. O tratamento consiste em mergulhar frutas de até 425 gramas em água aquecida a 46ºC por 75 minutos e frutas entre 426 e 650 gramas, por 90 minutos, matando os ovos e larvas do inseto. Com isso foi possível levar a fruticultura nacional a países como Coreia do Sul, Japão, Chile, Argentina, Estados Unidos, União Europeia e, recentemente, África do Sul. 

De acordo com o presidente da biofábrica Moscamed Brasil, Jair Fernandes Virgínio, o novo tratamento é uma boa forma para melhorar a qualidade do produto brasileiro, agregando valor e conquistando novos mercados. "Foi um grande desafio posto. Além de matar os ovos e as larvas, o protocolo não poderia comprometer a qualidade dos frutos e o shelf life, que é o tempo de prateleira. A estratégia também levou em conta o risco de infestação para o país importador. Outra grande preocupação foi descobrir a temperatura adequada de acordo com o tamanho do fruto", comenta. 

Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), José Eduardo Brandão Costa, essa foi a "solução encontrada pelo setor para entrar em mercados exigentes como o americano. O maior receio deles era que, nos oito a dez dias de transporte até lá, houvesse a possibilidade de que os frutos levassem os ovos ou as larvas da mosca". *Embrapa

 

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